Apple lança o iPhone Pocket com a Issey Miyake e revive a velha polêmica dos acessórios caros e duvidosos
A nova “bolsa para iPhone” une moda e tecnologia, mas reacende a discussão sobre o alto preço de acessórios da Apple, lembrando itens como a flanela de limpeza de R$ 219.

A Apple apresentou, no dia 11 de novembro, o iPhone Pocket, desenvolvido em parceria com o estúdio japonês Issey Miyake. O acessório, que estará disponível a partir de 14 de novembro, chega como uma espécie de bolsa estilizada para transportar o iPhone, com versões de alça curta ou longa e preço digno de item de luxo. A novidade rapidamente dividiu opiniões e reacendeu críticas recorrentes sobre o portfólio de acessórios premium, e por vezes questionáveis, da Apple.
Um acessório fashion-tech ou só mais um item para a coleção de extravagâncias da Apple?

O iPhone Pocket segue a estética minimalista da Issey Miyake, com malha tricotada em 3D e proposta de uso flexível. A ideia é transformar o smartphone em um elemento de moda, indo além da tradicional combinação case + bolso. No entanto, o conceito gerou comparações imediatas com outros lançamentos considerados excessivos pela comunidade, como a flanela de limpeza da Apple, que viralizou por custar R$ 219 no Brasil e se tornou símbolo da crítica aos preços elevados da empresa.
Assim como a flanela, o iPhone Pocket parece pensado para um público que valoriza exclusividade mais do que utilidade. Embora a construção seja de alta qualidade e o tecido ofereça uma experiência confortável, o acessório adiciona pouca funcionalidade real. Não protege contra quedas de forma robusta, não amplia o espaço de armazenamento e, na prática, funciona quase como um “bolso externo” para quem quer carregar apenas o essencial.
Preço premium, função limitada
Os valores falam por si. A versão com alça curta custa 149,95 dólares, enquanto a versão com alça longa chega a 229,95 dólares. O debate se repete: a Apple estaria vendendo inovação ou apenas capitalizando em cima de design e prestígio? Para alguns usuários, o preço não condiz com a simplicidade do produto. Para outros, o acessório se encaixa na estratégia de moda da marca, algo evidente na parceria com a Issey Miyake.
As primeiras impressões reforçam a percepção de que o iPhone Pocket é mais um item estético do que utilitário. A malha 3D tem qualidade, mas não oferece a segurança de cases tradicionais. É uma peça fashion, antes de qualquer outra coisa.
E o Brasil?
O Brasil não aparece na lista oficial dos países que receberão o iPhone Pocket no lançamento. Embora o anúncio esteja publicado no site global da Apple, a distribuição inicial contempla mercados específicos da América do Norte, Europa e Ásia. Usuários brasileiros interessados precisarão recorrer à importação, o que pode elevar o preço para bem acima de mil reais — cenário similar ao da flanela de limpeza e outros acessórios premium da empresa.
O lançamento reforça que o produto é voltado a um nicho bastante específico e que o foco da Apple, nesse caso, está muito mais no apelo estético e colecionável do que na utilidade prática.
Minha conclusão
O iPhone Pocket pode até agradar consumidores que apreciam moda e tecnologia combinadas, especialmente fãs da estética experimental da Issey Miyake. No entanto, repete um padrão conhecido da Apple: lançar acessórios com forte apelo visual, alto preço e valor funcional limitado. A discussão que começou com a flanela de limpeza está longe de terminar e esse novo acessório deve alimentar ainda mais o debate sobre até onde vai a disposição dos fãs da marca em pagar por itens exclusivos.
Com esse e outros lançamentos supérfluos pela Apple, fica cada vez mais evidente que a empresa busca maior faturamento anual, com produtos de altíssima margem de lucro, simplesmente aproveitando a imagem da marca e sua aceitação pelos fãs mais radicais (e de maior poder aquisitivo). Para quem gosta apenas de tecnologia e tem uma visão crítica de mercado, esse movimento mostra um certo desespero e oportunismo por parte da Apple, buscando inflar seu lucro de forma, digamos, bizarra.


